“O desafio do século XXI não é reivindicar oportunidades iguais para participar da maquinaria da opressão, e sim identificar e desmantelar aquelas estruturas nas quais o racismo continua a ser firmado." 
Angela Davis

Especial Miles Davis

Nessa terça-feira, 26 de maio, Miles Davis faria 89 anos.
Falácia convida LK para comentar a carreira musical do ídolo do jazz que revolucionou diversas vezes vezes a música do século XX.

Ouça aqui!



30 anos do atentado a sede do MOVE: a cidade que bombardeou a si mesma!

Há 30 anos, no dia 13 de maio de 1985, ocorreu um dos mais bárbaros crimes contra a luta por direitos civis nos EUA. O governo da Filadélfia fez um ataque à bomba contra uma casa que servia de sede do MOVE utilizando um helicóptero da polícia. A bomba matou John Africa, líder e fundador do movimento e mais 10 pessoas, sendo cinco crianças, que viviam de forma coletiva na casa e 62 famílias perderam suas moradias nesse atentado grotesco.
Por que os líderes políticos se sentiram tão ameaçado por este grupo de rebeldes negros que viviam em um complexo comunal? Porque o MOVE recusou-se a legitimar o governo dos EUA e os valores predominantes. Seus membros desafiaram o poder oficial e incansavelmente pregaram contra um sistema que consideravam totalmente corrupto e destrutivo para a vida do planeta, principalmente pelo uso intensivo de tecnologia moderna na matança de animais. E quando as autoridades os ameaçaram e os confrontaram eles não recuaram. 
Em particular, o MOVE denunciou fortemente o assalto da polícia à sua sede em 1978 e lutou contra a prisão de nove membros do grupo que foram condenados com penas de 30 anos à prisão perpétua por um crime que jamais foi solucionado. Um policial foi assassinado em sua casa, mas nunca se chegou a alguma prova ou testemunho que pudesse indicar a autoria do crime. O juiz admitiu abertamente que não tinha idéia de quem matou o policial, mas não hesitou em condenar coletivamente os acusados. (A natureza política de todos os casos apresentados contra o movimento é muito clara: renunciar ao MOVE tem sido sempre uma condição para redução de pena ou liberdade condicional.)
O MOVE sempre trabalhou para denunciar a hipocrisia do governo,  trazendo à tona a história brutal de violência contra bairros de população negra nos EUA. Tragicamente se tornaram vítimas desse mesmo governo e acabaram por protagonizar um dos episódios mais cruéis de violência do Estado contra sua própria população. Após o bombardeio do MOVE, o capitalismo nos EUA seguiu o seu curso normal. Nenhum dos policiais que participaram do massacre foram sequer acusados. Nem o prefeito nem o chefe da polícia foram responsabilizados pelo ataque a bomba. No triste episódio apenas uma pessoa foi presa: Ramona África, que cumpriu sete anos de prisão. Acusada de conspiração, motim, e vários assaltos, o seu "crime" real foi sobreviver ao bombardeio que teve como objetivo a erradicação do MOVE.
Numa carta recente, o preso político Phil Africa escreveu: "Desistir nunca! O sistema não é verdadeiramente poderoso. O sistema teme a nós de coração rebelde. O poder verdadeiro é visto na Mãe Natureza que nos protege e nos alimenta, não neste sistema débil que só nos traz morte, destruição e dor. Virá um dia quando todos e todas conseguiremos viver em paz e harmonia".
Para mais informações ver o link: http://en.wikipedia.org/wiki/MOVE

PaP B.B. King

Programa pérolas aos poucos especial em homenagem ao grande mestre do blues B.B. King, que nos deixou na quinta-feira da semana passada. Sub e Gaúcho receberam vários convidados nos estúdios da rádio que tiveram a oportunidade de bater um papo super legal sobre blues e filosofia, desde Bergson até b.b. king e Lonnie Johnson. Ouça esse devir filosófico/musical no link abaixo: https://ia600309.us.archive.org/4/items/PaPBBKing/PaP%20BB%20King.ogg

Mais um ataque ao jornalismo e ás mídias independentes



Se no Brasil temos acompanhado o caso de Fábio Hideki, e o fascismo institucionalizado a exemplo das censuras à liberdade de expressão, em Angola um caso parecido acontece. 

Rafael Marques, jornalista investigativo, é acusado de "denúncia caluniosa" pela publicação de seu livro "Diamantes de Sangue: Corrupção e tortura em Angola". A publicação do livro, em 2011, e os atentados que sofreu pelo conteúdo do livro, entretanto, são apenas parte de uma história de violência e opressão contra a liberdade de expressão e o ativismo pelos direitos humanos em Angola. 

Por duas vezes, o jornalista foi processado em razão de atividade jornalística. Na primeira, a ação foi movida pelo atual presidente angolano, José Eduardo dos Santos (Presidente de Angola desde 1979), após a publicação do artigo "O batom da ditadura", em 2000. No texto, Rafael Marques responsabiliza Santos pelas incompetências, especulações e corrupção "como valores sociais e políticos". Marques foi condenado a seis meses de prisão. 

Na cadeia, o jornalista recusou a se alimentar durante dias, como protesto por ter sido impedido pelas autoridades de se encontrar com sua advogada e com a família. Após as veiculações na mídia sobre isso, Marques foi colocado em liberdade sob fiança, mas a polícia o impediu de sair do país e falar com outros jornalistas. 

Alguns anos depois, foi novamente processado, em Portugal, por difamação em razão das denúncias contidas em seu livro "Diamantes de sangue: Corrupção e tortura em Angola". A ação foi movida pela sociedade mineira do cuango ltda - empresa sediada em Luanda (capital de Angola) e que explora diamantes na bacia do rio Cuanzo - e pela teleservice, uma empresa de segurança privada. O processo foi arquivado em 2013, por falta de provas, a pedido do Ministério Público português, mas foi reaberto em 2014 e nesta semana ele está sendo julgado. 

Infelizmente, a situação de Rafael Marques em Angola não é um caso isolado. Inúmeros são os ativistas que sofrem retaliações por promoverem ações pelos direitos humanos, como críticas ao governo nas mídias, expressões culturais e manifestações. O ativista José Carlos Muvungo é o exemplo atual: http://www.redeangola.info/organizacoes-de-direitos-humanos-pedem-libertacao-de-activista/

Talvez, estes sejam reflexos das medidas imperialistas e globalizantes em países da América latina e do continente africano: o silenciamento dos que lutam contra o fascismo instaurado em países que, como o Brasil, têm uma farsa democracia. 

Para ler o livro de Rafael Marques, faça o download pelo link: 
http://www.redeangola.info/diamantes-de-sangue-ja-foi-baixado-por-mais-de-55-mil-pessoas/



Além mar... Uma DOR além mar...

Além mar... além mar...



Meus amigos, a DOR se espalha!

Divulgando mais um Na Fossa - O programa que tem um compromisso com a sua dor! Sua terapia na faixa na Rádio Livre Capivara! 

De terras longínquas, não menos sofríveis, um diálogo de dor e sofrimento com os críticos literários Jorge Valentim e André Corrêa de Sá, que souberam trazer a loucura de se encontrar Na Fossa - o fundo do poço fétido que nos traz novamente à realidade!

Muito sofrimento, risadas, poemas e vislumbres crepusculares!

https://archive.org/details/AlmMarmaio2015